A mistura de cheiros tornou a casa ainda mais confortável. O doce de tomate no fogão, o incenso tranquility no altar, a humidade que começava a cair lá fora. Os cheiros envolviam-se uns nos outros e a casa parecia o ventre que acolhia o filho na gestação.
Anteontem fui dar um passeio a pé, à noite, passei por uma casa com nome – a arca – que não me passou despercebida. O nome chamava-me, atraía-me, como se me quisesse transmitir algo. É uma casa simples, mas misteriosa, que apetece penetrar, que convida à descoberta.
Ontem, nas minhas buscas na net, deparei com a casa. O mesmo nome, o mesmo local, sem fotografia, mas de certeza que é ela. Saí do escritório e fui para lá. Ninguém respondia, mas havia um chamado, uma certeza de que tinha de ser estabelecido o contacto. Liguei e os proprietários estão bem longe. Regressam no final do ano, mas querem falar comigo – e eu com eles.
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