Cheguei há pouco a casa. Tratei dos gatos, comi uma torrada e aqui estou eu agarrada à caneta, com uma vontade extraorinária de partilhar o que vivi (é a mesma caneta que o Manel Maria pegou noutro dia e que perguntou se era de cristal- "e se eu abrir saiem cristais, vóvó?"
Eu sei, o verbo no passado! Mas ainda estou a viver um momento que permiti me envolvesse, tão maravilhosa a experiência.
Um Lama laico Tântrico falou para umas quantas pessoas, sobre liberdade, felicidade, consciência - tudo isto referindo-se a nós próprios e não a conceitos abstractos; o aqui e o agora e tantas outras coisas que mais não são, afinal, do que o que podemos ler no Curso em Milagres ou noutras obras que, menos exaustivamente, falam daquilo que muitos de nós buscam, muitos de nós querem e nem todos conseguimos alcançar - o AMOR.
O AMOR que vem connosco na embalagem que trazemos ao chegar e que procuramos com azáfama na igreja, na família, na escola, nas instituições que vamos conhecendo pela vida fora mas ... esquecemo-nos de procurar ali ... no mundo todo ... presente em tudo o que percepcionamos, presente em nós, no divino que há em nós.
Quando era miúda costumava dizer que queria fundir-me com o universo.
Muitas vezes deitava-me e ficava a imaginar o que seria eu, uma pequena gota de água, fundir-.me com o grande oceano. Como seria voltar a casa, reintegrar o todo de onde fui destacada.
Hoje fico feliz sempre que Eugota consigo observar o que as minhas percepções permitem, sem envolvimento, integrada no oceano de onde nunca cheguei a sair.
É bom adormecer com uma almofadinha de cheiros debaixo das duas grandes almofadas onde gosto de pousar a minha augusta cabeça, com a mão num cristal de quartzo de tamanho razoável, que vejo como montanha a escalar e a descobrir, sempre diferente.
Sem comentários:
Enviar um comentário