sábado, 1 de janeiro de 2011

Bom Ano 2011





É o voto que mais ouvimos nos últimos dias, muitas vezes expresso de tal forma automaticamente, que nada significa. Não vem de dentro,é "obrigatório" dizer-se nesta altura do ano.

Visitei algumas instituições de solidariedade social. Já vem de longe o apelo à interajuda, mas nem sempre a recepção é a melhor. Algumas associações obtêm subitamente meios de sobrevivência - porventura a curto prazo - mas não têm estrutura para aceitar a ajuda que lhes está a ser oferecida e "correm" com as pessoas que aparecem de novo, com um "temos muito que fazer e não estamos a dar vazão". Curioso. Talvez algumas mãos mais pudessem ajudar a "dar vazão". Seria bom que as pessoas que estão à frente de muitas dessas instituições aprendessem a distinguir quem quer estar na moda e quem leva o coração aberto, nas mãos, para oferecer.

O meu voto sincero e sentido para o Ano de 2011 é que o desapego nos toque e que possamos aprender que a interacção, a solidariedade, o amor são coisas que não pertencem a um de nós, mas a todos, são universais, podem coexistir em vários corações em simultâneo, formando uma ciranda sem fim, atravessada pela mesma energia que nos torna um só.

Talvez caiba aqui uma frase que ouvi um destes dias a um amigo e que percebi sem conseguir descodificar totalmente, por me parecer um contrasenso mas, ao mesmo tempo, muito certa: eu devo amar toda a gente, mas posso gostar só de alguns.

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