Pois é, não sei onde tinha a cabeça ontem. Talvez, como disse o meu neto mais novo: em cima dos ombros, mas com um botão desligado!
O dia acordou cinzento, as estradas molhadas, mas a alegria e a sensação de bem-estar evidenciavam a aceitação das dádivas naturais ao meu alcance diariamente.
Deixei-me dormir, o que não é hábito e vi que não tinha tomado os comprimidos da noite, quando estava a preparar os da manhã. Ah! também me esqueci que é quinta-feira e que o Martim vem almoçar. Improvisei e o almoço ficou pronto num instante.
Afinal, de tão atrasada que parecia estar, fiz tudo na mesma e consegui chegar antes da hora ao escritório. Será que posso começar a levantar-me meia hora mais tarde? Creio que sim. É só uma questão de não ser tão preciosista em certas coisas, como deixar o quarto arrumado, o quarto de banho limpo, a loiça lavada, pequenas coisas que posso perfeitamente fazer quando chego ao fim do dia. Excepto fazer a cama - coisas de padrões ancestrais que habitam dentro de mim e que não colocam sequer a hipótese de mudar de casa!
O trabalho não mata, mas a má disposição da S., o negativismo e os modos rudes de filha única e mimada, começam a cansar-me. Faço um esforço propositado para não me envolver e não corresponder à agressividade e má educação que me vai sendo atirada.
Mas já faltou mais para sair. São quase cinco horas. Estou sempre desejosa de chegar a casa, talvez por passar lá tão pouco tempo, há tantos anos ...
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