Hoje esforço-me por pensar positivo. Não gostei nada do que o médico me disse ontem nem de ter que ir ter com ele ao hospital repetir algumas provas respiratórias. Também não estou a conseguir combater esta dor intensa na nuca que, desde ontem, acentua o esforço que faço para parecer normal.
Na verdade não me sinto como tal. Estou a representar, calada, sentada frente a um computador, ouvindo longínquas as palavras do Curso em Milagres, das aulas de Coaching, dos CDs que apreciam comigo a paisagem diária sempre diferente e reconfortante.
Este estado de tristeza, que “rouba” saúde e tranquilidade, instala-se poucos momentos após a entrada no local de trabalho, que quero ver como algo maravilhoso onde tudo tem uma tonalidade doce, mas que um fumo espesso e escuro envolve à medida que as pessoas vão entrando.
Retrato do País, desresponsabilização, cinismo, sorrisos fingidos, carências vestidas com roupa de marca tropeçam em alguns muitos que acabaram de esfregar os olhos ao acordar no banco de jardim, o mais tarde possível, para que os dias passem, um atrás do outro, noite após noite, “porque assim tem de ser…”
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