Este foi um dos Natais mais felizes os últimos anos. No dia 24, em casa do meu irmão, respirava-se tranquilidade, felicidade, bem-estar. Estávamos unidos pelo coração e, se bem a conheço, a nossa mãe estava sentada numa estrelinha, de perna traçada, como sempre, a ver-nos e a sorrir juntando-se à festa.
No dia 25, os netos foram almoçar com o outro lado da família - a do pai - e eu e a Inês fomos juntar-nos à Comunidade de Sant'Egídio, almoçar com os amigos que vivem em condição diferente da nossa. Foi lindo de ver e de viver. O coração, de novo, nos unia e a festa correu no meio de alegria, partilha e, sobretudo, muito amor. Fomos todos um e ficou a vontade de não perder o contacto.
Por isso, na segunda-feira seguinte, fui com a Comunidade distribuir o que tínhamos pelos nossos amigos, para receber em troca muitos olhares meigos e muitas palavras infinitamente doces. Um beijo na mão, dado com respeito e ternura, sem pretensões, mas com uma educação que muitas vezes pensamos que já se esgotou e deixou de estar disponível no mercado ...
Quem dera poder proporcionar a cada um deles aquilo que realmente gostariam de ter e não apenas alimentos para o corpo físico. Sonho que um dia vou materializar este desejo e que posso responder positivamente às questões que vão sendo colocadas.