A LENDA
Diz uma lenda que, um pouco a Sul de Sines, chegou um dia uma jangada de canas com o corpo de um santo acompanhado de um cão e de um galo. O santo era Salvio Torpes, um protegido do imperador romano Nero, que caiu em desgraça por abraçar a fé cristã. Teria sido decapitado e lançado às águas do rio Arno em Itália, tendo chegado àquele ponto do litoral alentejano. A viúva de um governador romano de Évora, de nome “Celerina”(em algumas versões Catarina), avisada do que se passava por um sonho, descobre o corpo e providencia um caixão e o seu funeral. E esta a parte principal da lenda da origem do nome da praia de S. Torpes.
O Nome “Torpes” deve provir de “TRP” que se relaciona certamente com “alimento fresco, peixe fresco”. Era portanto o nome dado a uma aldeia de pescadores local que por certo usava as jangadas de canas que ainda há pouco tempo serviam para a pesca naquela baía de águas calmas. No entanto, curiosamente, “TÃEARPU” significa “espírito ou herói errante regressado”, e deve ter sido essa coincidência que veio a relacionar a aldeia de pescadores com o S. Torpes. A “Celerina” ou “Catarina” de Évora, que é quem enterra o corpo do santo, ganhou o nome de “KALUARON” que quer dizer precisamente “encerrar no caixão” (e é de Évora e não de outra terra, porque “ÊEVR” é “astrólogo”). Quanto aos enigmáticos animais que acompanhavam o santo na sua viagem na jangada de canas, um galo e um cão, não são mais que a adaptação ao português actual do nome fenício para “jangada de canas”: “GÔL KON” significa literalmente “jangada de canas”.
Quando a lenda, passada de geração em geração, foi sendo contada em português actual, manteve alguns termos da versão original em fenício, mas estes adoptaram novas funções: a capacidade de adivinhar (ÊEVR) foi convertida em Évora, o “encerrar no caixão” (KALUARON) passou a nome de gente, CELERINA, e o nome da embarcação local (GÔL KON) criou animais que acompanhavam o corpo (GALO e CÃO).
Fonte: www.osfeniciosentrenos.es.tl
Entretanto o
corpo sem a cabeça de S. Torpes foi dar à costa francesa da
Provença, numa praia que mais tarde se chamaria Saint-Tropez.
Agora o que é curioso na parte mais real desta lenda é que a actual praia de
S. Torpes praticamente confina com uma herdade que se chama da
Provença
Fonte: Excerto de "Lendas de Portugal".
A PRAIA
Linda, a perder de vista, com água quente e sol convidativo. Fim-de-semana extraordinário, tranquilo, sem pressas, com duas boas amigas.